ATA DA CENTÉSIMA TERCEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 04.12.1995.
Aos quatro dias do mês de dezembro do ano de mil
novecentos e noventa e cinco reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio
Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos
foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Airto
Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Clênia Maranhão, Clovis
Ilgenfritz, Darci Campani, Décio Schauren, Dilamar Machado, Edi Morelli, Elói
Guimarães, Fernando Záchia, Geraldo de Matos Filho, Giovani Gregol, Guilherme
Barbosa, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Dib, João Motta, João Verle,
Jocelin Azambuja, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Maria do Rosário,
Mário Fraga, Milton Zuanazzi, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal,
Pedro Ruas, Wilton Araújo, João Pirulito. Constatada a existência de
"quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e
determinou que fossem distribuídas em avulsos cópias da Ata da Centésima Sessão
Ordinária, que foi aprovada. À MESA foram encaminhados: pelo Vereador Antonio
Hohlfeldt, 01 Projeto de Lei do Legislativo nº 144/95 (Processo nº 2474//95);
pelo Vereador Edi Morelli, 04 Pedidos de Providências; pelo Vereador Luiz
Negrinho, 04 Pedidos de Providências e 01 Pedido de Informações nº 182/95
(Processo nº 2503/95); pelo Vereador Wilton Araújo, 01 Projeto de Lei do
Legislativo nº 146/95 (Processo nº 2496/95). Do EXPEDIENTE constou o Ofício s/nº
da Direção dos Serviços Gerais de Prédios Limitada - SERTEC. A seguir, nos
termos do artigo 100 da Lei Orgânica Municipal, o Senhor Presidente concedeu a
palavra ao Senhor Jair Krischke, do Movimento de Justiça e Direitos Humanos,
que discorreu sobre o quadragésimo sétimo aniversário da Declaração Universal
dos Direitos do Homem, situando-a no contexto industrial e tecnológico no
limiar do terceiro milênio. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Antonio
Hohlfeldt reportou-se ao tema da Tribuna Popular, discorrendo sobre os atos
discriminatórios verificados em nossa Cidade. O Vereador Pedro Ruas ressaltou a
relevância da luta pelos Direitos Humanos em nossa sociedade, discorrendo sobre
sua importância no contexto brasileiro. O Vereador Clovis Ilgenfritz reportou-se
ao tema da Tribuna Popular, ressaltando a relevância social e política do
trabalho desenvolvido pelo Movimento de Justiça e Direitos Humanos. Às quatorze
horas e cinqüenta e cinco minutos os trabalhos foram regimentalmente suspensos,
sendo reabertos às quatorze horas e cinqüenta e seis minutos, constatada a
existência de "quorum". A seguir, foi aprovado Requerimento verbal do
Vereador João Motta solicitando seja alterada a ordem dos trabalhos da presente
Sessão, passando-se ao período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado a homenagear o
sexagésimo sétimo aniversário da Usina do Gasômetro, de acordo com o
Requerimento nº 241/95 (Processo nº 2439/95), de autoria do Vereador Darci
Campani e aprovado pelo Plenário. Compuseram a Mesa: o Vereador Mário Fraga, no
exercício da Presidência, a Senhora Margarete Moraes, Secretária Municipal de
Cultura e a Senhora Jussara Bordin, Coordenadora da Usina do Gasômetro, sendo
registrada como extensão da Mesa a presença do Senhor Giba Assis Brasil,
representando a Associação dos Técnicos de Cinema. Em continuidade, o Senhor
Presidente concedeu a palavra aos Vereadores que se manifestariam na presente
homenagem. O Vereador João Motta historiou sobre a reativação da Usina do
Gasômetro como centro cultural, discorrendo sobre os projetos a serem
implementados. O Vereador Antonio Hohlfeldt teceu considerações sobre a grande
relevância cultural dos trabalhos e projetos desenvolvidos pela Usina do
Gasômetro. O Vereador Isaac Ainhorn rememorou sua participação em diversas
etapas de discussões para a reativação da Usina do Gasômetro como centro
cultural, reportando-se à relevância do trabalho prestado por aquele centro
cultural à nossa Cidade. O Vereador Jocelin Azambuja destacou o esforço de
sucessivas administrações para a reativação da Usina do Gasômetro como centro
cultural, reportando-se às diversas atividades realizadas por aquele centro
cultural. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Lauro Hagemann afirmou que
somente a radicalização da democracia em todos os seus matizes poderá assegurar
a plenitude dos Direitos dos Homens, reportando-se, também, à importância dos
trabalhos desenvolvidos pela Usina do Gasômetro. O Vereador Darci Campani,
reportando-se às atividades desenvolvidas pela Usina do Gasômetro, discorreu
sobre as suas obras de restauração e a sua afirmação com espaço cultural do
povo de Porto Alegre. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra à
Senhora Jussara Bordin que, historiando sobre as restaurações promovidas na
Usina do Gasômetro, agradeceu à Casa a homenagem recebida. A seguir, o Senhor
Presidente agradeceu a presença de todos e suspendeu regimentalmente os
trabalhos às quinze horas e quarenta e sete minutos, sendo os mesmos reabertos
às quinze horas e cinqüenta e um minutos, constatada a existência de "quorum".
Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei do
Legislativo nº 133/95; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 137,
138, 145 e 135/95, este discutido pelos Vereadores Guilherme Barbosa, João Dib
e Artur Zanella, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 29/95, o
Projeto de Lei do Executivo nº 71/95, discutido pelos Vereadores João Dib,
Artur Zanella e Dilamar Machado e o Projeto de Lei do Executivo nº 72/95,
discutido pelos Vereadores João Dib, Artur Zanella, Jocelin Azambuja e Dilamar
Machado; em 3ª Sessão, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº
74/95, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 25/95, os Projetos de
Lei do Legislativo nºs 118 e 132/95 e o Projeto de Lei do Executivo nº 73/95,
este discutido pelo Vereador Artur Zanella. A seguir, constatada a existência
de "quorum", foi iniciada a ORDEM DO DIA. Às dezesseis horas e
dezessete minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos para realização
de reunião conjunta das Comissões Permanentes, sendo reabertos às dezoito horas
e sete minutos, constatada a existência de "quorum". Na ocasião, o
Senhor Presidente leu convite da Federação Israelita do Estado para a missa de
trinta dias de falecimento do líder Yitzhak Rabin, ocasião na qual, também, o
Vereador Antonio Hohlfeldt comunicou o falecimento do Professor Celso Pedro
Luft. Em continuidade, foi aprovado Requerimento do Vereador Giovani Gregol
solicitando seja adiada por uma Sessão a discussão do Projeto de Lei do Legislativo
nº 107/95. Logo após, o Senhor Presidente apregoou as Emendas nºs 02, 03, 04,
05 e 06 ao Projeto de Resolução nº 10/94. Em prosseguimento, o Vereador Artur
Zanella solicitou votação nominal para Requerimento do Vereador João Verle
solicitando seja adiada por uma Sessão a discussão do Projeto de Resolução nº
10/94, obtendo quinze Votos SIM, onde votaram os Vereadores Antonio Hohlfeldt,
Clovis Ilgenfritz, Darci Campani, Guilherme Barbosa, Giovani Gregol, Henrique
Fontana, João Motta, Lauro Hagemann, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, João
Pirulito, Clênia Maranhão, João Dib, João Verle, Pedro Américo Leal.
Constatando-se a inexistência de "quorum", o Senhor Presidente
declarou nula a votação supra e, às dezoito horas e vinte e nove minutos,
declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a
Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram
presididos pelos Vereadores Airto Ferronato, Mário Fraga e Clovis Ilgenfritz e
secretariados pelos Vereadores Clovis Ilgenfritz, Wilton Araújo e Edi Morelli,
este como Secretário "ad hoc". Do que eu, Clovis Ilgenfritz, 1º
Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em
avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE: Passamos à
TRIBUNA POPULAR
O Sr. Jair Krischke, do
Movimento de Justiça e Direitos Humanos, está com a palavra pelo tempo
regimental de 10 minutos.
O SR. JAIR
KRISCHKE:
(Lê.)
"Sr. Presidente, Srs.
membros da Mesa, Senhoras e Senhores Vereadores, companheiros, minhas Senhoras
e meus Senhores. Em nome do Movimento de Justiça e Direitos Humanos, ocupamos
esta tribuna com o propósito de registrar o 47º aniversário da Declaração
Universal dos Direitos do Homem, aprovado pela Assembléia Geral da Organização
das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948.
Olhando, desde a ótica dos
direitos humanos, o panorama sócio-político de nossa América Latina,
constatamos que as ditaduras militares, que tanto nos atormentaram, num passado
bem próximo, matando, desaparecendo, torturando, prendendo e exilando milhares
de nossos companheiros, já não estão mais presentes em nosso continente;
portanto, podemos dizer, que nos foram devolvidos os direitos humanos de 1ª
geração, ao menos em tese, direitos humanos de 1º geração que são os Direitos
de Liberdade. Direitos que consagram a igualdade de todos os homens perante à
Lei. Reconhece aos homens a faculdade de exercer por si e pelos seus
representantes a capacidade de participação política, através de eleições
livres e periódicas; votar e ser votado. Mas, mesmo assim, a qualidade e a
dignidade de vida de cada um de nós, em nada ou quase nada mudou. O que não é
novidade.
No próprio ventre da
Revolução Francesa, de onde se originam os direitos humanos de 1ª geração,
estabeleceu-se a crítica. A voz de Babeuf denunciou o abismo existente entre a
igualdade proclamada e a desigualdade real. E, o problema se agudizou com o
advento da Revolução Industrial. As péssimas condições de vida das massas
sociais agrupadas em torno dos centros mineiros e fabris inspiram a busca de
uma nova ordem que garanta condições de vida digna, coisa que o estado liberal
não outorgava ao cidadão. Começa então a luta pelo reconhecimento dos direitos
humanos de 2ª geração, ou seja, os direitos de igualdade econômica, social e
cultural, que passam a ser uma exigência desde as reuniões da internacional
socialista e os congressos sindicais que ocorrem durante o século XIX.
As primeiras incorporações à
ordem jurídica de um estado, correspondem ao século XX: são incluídas na
constituição mexicana de 1917; na russa de 1918, na república de Weimar de
1919. E em nível internacional, somente em 1966 esses direitos humanos de 2ª
geração são reconhecidos através do ‘Pacto Internacional de Direitos
Econômicos, Sociais e Culturais’, firmado na ONU. Este Pacto reconhece em seus
primeiros artigos o direito ao trabalho, à remuneração que assegure condições
de existência digna, a segurança social, à proteção e assistência à família, à
mãe, às crianças, assim como os direitos à saúde e à educação. Em outro artigo
se reconhece, "O direito fundamental de toda pessoa estar protegida contra
a fome". Aí, novamente, está o contraste, a contradição entre o que se
proclama e o que é a realidade em nosso País e na América Latina. A miséria
latino-americana é escandalosa, desde o México até o sul da Argentina. Entre
1970 e 1990 a América Latina produziu 76 milhões de novos pobres, de um recorde
de 195 milhões, sendo que a metade desse contigente é formado por miseráveis
que não conseguem satisfazer minimamente as necessidades básicas.
O que está acontecendo? A
democracia não funciona? E nós, os que acreditamos na democracia e, que pagamos
um alto preço para reconquistá-la, sim, porque pagamos com o sangue de nossos
companheiros mortos e desaparecidos, com prisões, torturas e exílios; hoje
conseguimos eleger nossos governos e, nossos graves problemas não são
resolvidos; ao contrário se agravam a cada dia! Mas o mundo mudou! A economia
mundial mudou! É necessário refletirmos um pouco sobre essas transformações
para buscarmos novas soluções e novas formas de luta; o que é urgente.
Na verdade, hoje, os governos não governam. Agora quem governa é o
dinheiro, em especial o capital financeiro. Os governos estavam acostumados a
estabelecer o contexto dentro do qual as elites e o mercado operavam. Mas agora
são as elites e os mercados que estabelecem os limites dentro dos quais os
governos governam. Embora nossas idéias sociais e nossos ‘sentimentos
políticos’ ainda façam referências ao espaço histórico do ‘Estado Nação’, esta
é uma realidade que pertence ao passado. Pelo menos em termos econômicos.
A partir da década de 80, um
novo sistema de coordenadas surgiu com uma rapidez impressionante, impulsionado
pelos satélites, a microeletrônica e a nova tecnologia em comunicações, para
além dos limites nacionais, surgiu um mercado único e global. Agora, todo o
mundo é uma antena parabólica e todos homens e mulheres são simplesmente dados.
Tudo passou a ser objeto de compra e venda, a qualquer momento e em toda parte:
dívidas do 3º mundo, autopeças, mão-de-obra barata e até órgãos humanos.
Dissolvidos em uma rede de telecomunicações, através de bancos de dados e do
correio eletrônico, as elites corporativas não necessitam mais de raízes
nacionais para sobreviver. A máxima é: produzir onde os salários são baixos,
pesquisar onde as leis são generosas e auferir lucros onde os impostos são
menores. As conseqüências, sem dúvida, são absurdas e perigosas. A economia
privada avança todos os limites, mas o estado permanece - de acordo com sua
natureza - restrito às fronteiras territoriais. O que vemos hoje são ilhas de
prosperidade e riqueza, uma verdadeira obscenidade, cercada de pobreza e
miséria por todos os lados. Os estados, frente a falta de recursos financeiros,
abandonam a sua própria sorte uma parcela cada vez maior da população,
roubando-lhe o direito à cidadania.
As pessoas olham para os
governos, esperando que eles as protejam contra as mudanças, a competição, a
invasão cultural. Mas seus líderes eleitos não explicam sua própria situação!
Não podem explicar que estão agora respondendo a uma meritocrasia internacional
‘Não eleita’. E, para manter-se no poder, se utilizam das mais modernas e
sofisticadas técnicas de marketing e, quando falham, sem a menor cerimônia
utilizam o aparato militar/policial para reprimir aqueles que ousam reivindicar
seus legítimos direitos de igualdade econômica, social e cultural.”
Em rápidas pinceladas, este
é o quadro surrealista em que nos encontramos; e urge transformaálo! Chegou o
momento de construirmos um novo momento de civilização! Um novo tipo de estado!
Uma nova ordem internacional! O que só será possível se radicalizarmos a
democracia e, para tanto se faz necessário a participação de todos, inclusive a
dos excluídos - aqueles que hoje se encontram em uma tal situação de
miserabilidade, que poderíamos chamá-los de "Não pessoas".
Esta Casa Senhores é uma
casa política. A Câmara Municipal de Porto Alegre tem uma história muito digna.
É aqui, nesta Casa, uma casa política, que se deve buscar e encontrar novos
caminhos para que os direitos humanos de 2ª geração sejam, realmente,
concretizados. Que todo o homem seja igual ao seu semelhante, tanto
economicamente, como socialmente, e no plano cultural. É preciso que se avance
neste caminho, porque este é um desafio para o qual todos nós, governantes e
governados, estamos sendo desafiados.
Nesta semana, que culmina no
domingo, dia 10, com o 47º aniversário da Declaração Universal dos Direitos do
Homem, tentamos trazer uma reflexão, que começa hoje nesta Casa, e irá, durante
toda a semana, permanecer. A exposição apresenta vinte casos exemplares em que
brasileiros e brasileiras sofreram o terrível que é a tortura. E no dia 10 de
dezembro, domingo, na Usina do Gasômetro, às 17h, estaremos realizando a
entrega do Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo, antecedido por um ato
ecumênico, por ser 1995 o Ano Internacional da Tolerância. Lá estarão conosco
um rabino de Porto Alegre, um pastor e um representante das religiões afro para
marcarmos o Ano Internacional da Tolerância e desafiarmos todos nós para que os
direitos humanos sejam respeitados. Muito obrigado pela atenção. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Senhoras e Senhores, ilustre Dr. Jair Krischke. Este espaço de Tribuna Popular
tem sido permanentemente utilizado aqui na Câmara Municipal e tem servido de
modelo de espaço democrático para que as nossas entidades de Porto Alegre e de
outros estados venham expor as suas preocupações. Direitos humanos é um tema extremamente
atual e merece atenção especial de todos os níveis de governo e, inclusive, de
todos os legislativos deste País. Falar em direitos humanos é falar também em
Jair Krischke, eis que sabemos como V. Sa. tem agido em termos deste movimento
que tem se tornado importante e reconhecido no Estado do Rio Grande do Sul. A
Câmara Municipal de Porto Alegre tem dado atenção especial a essas
apresentações da Tribuna Popular e, tenha certeza V. Sa., que daremos uma
atenção toda especial.
O Ver. Antonio Hohlfeldt
está com a palavra em Comunicação de Líder.
O SR. ANTONIO
HOHLFELDT:
Sr. Presidente, Ver. Airto Ferronato, prezado companheiro Ver. Clovis
Ilgenfritz, meu prezado amigo a quem tributo admiração especial, Jair Krischke.
Eu acho que é significativo, Srs. Vereadores, que o companheiro Jair Krischke
tenha escolhido esta Casa para iniciar uma série de atividades do Movimento dos
Direitos Humanos para marcar a passagem do 47º aniversário da passagem dos
direitos humanos. Em primeiro lugar, é bom lembrar que o companheiro Jair
Krischke é cidadão de Porto Alegre por decisão desta Casa, tomada anos atrás,
quando se considerou que o trabalho de contribuição de Jair era algo importante
para a Cidade de Porto Alegre, embora ultrapasse de muito. Isso, portanto, nos
orgulha porque esta Tribuna Popular de hoje, obviamente, se transformou numa
coisa bem maior do que a Tribuna Popular de todas as Sessões que aqui temos.
Por outro lado, parece-me
que, como ele diz, a questão dos direitos humanos de 2ª geração, aquela luta que
atinge outro patamar, nós já saímos daquela barbárie mais imediata, mais
nefanda, para usarmos um termo do historiador Eric Hobsbawn, nesse seu último
livro a respeito do século XX, como ele diz: "O século da barbárie";
onde talvez tenhamos a maior seqüência de crimes de barbárie jamais perpetrados
pelo ser humano.
É importante que se comece
aqui na Câmara Municipal essa discussão, que não tenha dúvida, de que essas
questões começam no cotidiano de todos nós e esta Casa, exatamente, é a Casa
que trata do cotidiano da Cidade que é onde as pessoas moram, onde as pessoas
convivem, onde repartem seus espaços.
Eu lembraria, Jair, como
disse nosso Presidente, que a Casa tem se preocupado razoavelmente com isso e
tem dado, talvez, passos tímidos, mas passos firmes nessa questão.
O art. 150 da nossa Lei
Orgânica trabalha muito claramente a questão das discriminações, daqueles que
nós chamamos de minorias, mas que muitas vezes não são minorias e chamá-los de
minorias, inclusive, já é uma maneira de discriminá-los. Com a participação de
vários Vereadores, não satisfeitos com aquela redação original de 1990, nós
temos procurado, permanentemente, melhorar essa redação, melhorar a sua
aplicação e objetivá-la. Ainda agora, temos um novo Projeto do Ver. Pedro
Américo Leal tramitando aqui, que procura viabilizar, concretizar as aplicações
objetivas da Lei que faz com que tenhamos justiça ou busquemos a possibilidade
dessa justiça.
Tanto eu como o Ver. Motta
nos reunimos há poucos dias com companheiros do Grupo Nuance para discutirmos
uma maneira de pressionar a Secretaria Municipal de Indústria e Comércio para
fazer com que ela cumpra o art. 150 e não faça “corpo mole” como eventualmente
tem ocorrido em alguns episódios. Um deles é o que envolve um motel da Cidade
de Porto Alegre. São coisas da vida privada de cidadãos, são coisas que dizem
respeito a decisões particulares de direitos das pessoas. Lembro de um episódio
que vivi com o Ver. Isaac Ainhorn, quando tivemos ciência de que uma loja
vendia signos nazistas, fomos lá pessoalmente para alertar os proprietários e
ao mesmo tempo deixar clara a nossa posição, enquanto Vereadores, de que não
aceitaríamos esse tipo de coisa. Acho que essas atividades que temos feito, às
vezes até individualmente, mas com base nas Leis que nós criamos nesta Casa,
desenvolvemos nesta Casa, têm demonstrado que esta Casa não tem destoado e até
tem sido fiel a todos aqueles elementos históricos que constituíram a sua
evolução, inclusive, a partir da própria Declaração de Libertação de Escravos,
em 1884, bem antes da Libertação que seria feita pela Princesa Isabel.
Para mim é muito especial o
fato de que foi a Câmara que o Movimento de Direitos Humanos escolheu como sede
dessa Exposição Fotográfica, que resulta de um trabalho jornalístico que, muitas vezes, não conseguiu ganhar o espaço
da mídia. Nem sempre fotos, registros, documentos, feitos pelos profissionais
da imprensa, conseguiram o respeito dos editores e transformaram-se numa
informação para o público. Mas, hoje, essas fotos estão aqui numa Exposição.
Alegra-me o fato de que o
local da entrega desses prêmios seja a Usina do Gasômetro, que é o espaço,
culturalmente falando, mais democrático que a Cidade tem. É lógico e coerente a
programação que o Movimento faz, além de levantar a campanha, chamar a atenção,
escolher espaços que estão, histórica e institucionalmente, ligados com a
defesa dos Direitos Humanos.
Parabéns, e pode contar com
esta Casa. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Airto Ferronato): O Ver. Pedro Ruas está com a palavra em Comunicação
de Líder.
O SR. PEDRO
RUAS: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, caro amigo Jair Krischke, Conselheiro do
Movimento de Justiça e Direitos Humanos. Está também presente o Conselheiro
Sérgio Bittencourt.
Tenho sempre uma referência
a fazer, ainda que colocado com muita propriedade pelo Ver. Antonio Hohlfeldt,
que quando se trata de falar em Direitos Humanos e, principalmente, na presença
do Jair Krischke. Há alguns anos eu encontrava na rua um advogado muito
conhecido, Dr. Calveti, que me contava um episódio vivido por ele e pelo Jair,
no Uruguai, quando, para espanto, o Calveti, entre inúmeras personalidades de
renome internacional que, naquele momento, chegavam naquele País, os uruguaios,
em especial, a imprensa uruguaia, queria saber onde estava Jair Krischke.
Quando do retorno da democracia na Argentina, havia qualquer necessidade de
contato com Mário Fimernich, a imprensa do mundo inteiro procurava Jair
Krischke, pois apenas através dele se falava com Fimernich.
Recentemente Jair Krischke,
que em São Domingos cumpriu duas missões importantíssimas na busca de
desaparecidos políticos, representando organizações internacionais e a própria
ONU nas eleições que lá se realizavam e também nesse sentido me falava há cerca
de um mês um colega advogado Raimar Machado dizendo: “É incrível, Ruas, o Jair
Krischke, que é um homem que tem nome em Genebra não é reconhecido na Casa ao
lado da sua”.
Na Dinamarca tomou-se uma
decisão de sindicatos internacionais de trabalhadores em relação ao confronto
com a Mac Donald's há muitos anos. O encarregado de levar essa campanha aqui em
termos regionais e nacionais foi o Jair Krischke, e veio da Dinamarca esse
pedido. Então, eu faço esses registros, que são apenas alguns entre muitos
registros que compõem a biografia do Krischke, do nosso amigo Jair, para
mostrar que nós temos entre nós uma figura de singular importância e eu aqui
fujo um pouco do tema, da própria Tribuna Popular utilizada pelo Movimento de
Justiça e Direitos Humanos na pessoa do Jair e da própria exposição que se
realizará a partir desta semana na Casa, para dizer que temos entre nós aquelas
personagens que fazem a história e que não seja só entre nós, porque temos ao
nosso lado, bem de saúde como sindicalista e lutador da ecologia, o Ver.
Gregol, que traz no peito, o Chico Mendes, que só foi descoberto nacionalmente
depois da morte. Nós temos o Jair vivo, ao nosso lado, correndo perigo é
verdade, como sempre correu, como sempre enfrentou; correndo perigo muitas
vezes por ter pedido esse perigo para ele.
Em alguns órgãos de
comunicações, em alguns órgãos da imprensa o Jair é apontado sistematicamente
como inimigo da sociedade, quando dedicou a sua vida a defender as
prerrogativas da cidadania.
É importante esse registro.
Acho que a Tribuna Popular, no dia de hoje, pelo menos para mim que conheço
essa história e esse outro lado da mesma questão, seria um erro muito grande
não utilizar esse espaço, fazer esse tipo de registro e esse tipo de denúncia.
Sobre todos nós pesa a responsabilidade de esclarecimento de uma luta como esta
do Jair, do Movimento de Justiça e Direitos Humanos. Mas acima de tudo de
alguém que com o seu trabalho e a sua luta projeta o País e mostra a melhor
face de um trabalho que pode ser realizado aqui. Mas ao nosso lado não obtém
esse reconhecimento. E pior, ainda, além de não obter esse reconhecimento,
muitas e muitas vezes tem a sua atuação totalmente manchada, tisnada por
mentiras, por inverdades e por uma forma articulada de tentar desmerecer aquilo
que é o melhor da sua atividade: a dedicação à sociedade como um todo. Muito
obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mário Fraga): O Ver. Clovis Ilgenfritz está com a palavra pelo Partido dos
Trabalhadores.
O SR. CLOVIS
ILGENFRITZ:
(Saúda os componentes da Mesa.) Recebi uma tarefa, há poucos minutos, da minha
Bancada e me desculpem por não estar preparado para um pronunciamento tão
importante. Mas, ao mesmo tempo, me senti no dever de cumprir esta determinação
dos meus dez companheiros de Bancada.
Eu gostaria de dizer que nós
estamos irmanados nesse movimento antes e agora com o PT, antes, durante a
ditadura, durante inúmeras ações tivemos a oportunidade de junto com o Jair e
outros companheiros lutadores das causas da Justiça e dos Direitos Humanos.
Humanistas querem uma humanidade justa, igualitária e não a perversidade, a
barbárie que está aí, há muito tempo estamos nesta luta conjunta. Num
determinado momento aceitamos o desafio de formar um partido político que
tivesse no seu ideário, como principal eixo da sua luta, os direitos humanos e
a justiça, a luta pela vida digna, a luta contra a barbárie e contra o
“apartheid”.
Esse movimento que hoje está
aqui representado por esse ilustre cidadão brasileiro e apropriadamente pelo
Ver. Pedro Ruas, respeitado em nível nacional pelo que faz e pelo que
representa na luta brasileira, quando se comemora os 47 anos da Declaração dos
Direitos Humanos, quando se estabelece o Ano da Tolerância, nós achamos que
existem dois grandes movimentos que têm sido feitos e que nós precisamos
engrossá-los e acompanhá-los cada vez mais. Por isso em todos os momentos em
que o nosso partido se reúne para tomar deliberações sobre a conjuntura e sua
política estratégica, tem sido o ponto básico não esquecermos o porquê estamos
lutando, afinal qual é o motivo da nossa luta, do nosso sacrifício, dos nossos
ideais e aí sempre a questão da justiça fala mais alto.
Entendemos essa luta maior
que tem conexões com todos os habitantes do universo, com os movimentos na
Europa, na América do Norte, nos países asiáticos, na África e nos povos
sul-americanos em especial, nossos irmãos, etc. Esse movimento maior
configura-se para mudar a realidade, para lutar contra as causas que criam essa
segregação e que criam o "apartheid", estabelecendo a barbárie, a
fome e a miséria, como foi dito aqui. Milhões de pessoas em estado de pobreza e
mais ou menos cento e cinqüenta milhões na América em estado de miserabilidade,
em estado de indignidade humana. Essa luta é contra o sistema, para mudar o
sistema político-econômico que vigora hoje, criando cada vez mais essa
barbárie, mas existem outras lutas, Jair Krischke, que são pontuais e nelas nos
encontramos, estando inseridas nesse movimento.
Deram alguns exemplos, mas o
meu tempo não permite dar outros. Nós, além dessas lutas, temos que nos unir
como estão fazendo os trabalhadores das centrais trabalhadoras do País, em
especial, a CUT; como estão fazendo os partidos de esquerda, os partidos
progressistas e suas grandes lideranças; como estão fazendo os movimentos
populares comunitários organizados neste País. Precisamo-nos unir para termos
outras coisas a dizer e não para lamentarmos a desgraça que tem acontecido e
que está tomando conta da humanidade que se divide entre vinte e vinte e cinco por
cento que desfrutam dos bens, do progresso e da sociedade humana, e os outros
setenta a setenta e cinco por cento que fazem de conta que vivem, subsistem,
para sustentar esse tipo de divisão, de segregação e de "apartheid".
Nossos abraços e considerações em especial ao Movimento de Justiça e Direitos
Humanos do Rio Grande do Sul. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Nós,
da Câmara Municipal de Porto Alegre, agradecemos a presença do Jair Krischke e
colocamo-nos sempre à sua disposição para o que for necessário, sendo sempre
bem-vindo.
Estão suspensos os
trabalhos.
(Suspendem-se os trabalhos
às 14h55min.)
O SR.
PRESIDENTE (às 14h56min): Estão reabertos os trabalhos.
O SR. JOÃO
MOTTA (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a inversão da ordem dos trabalhos, passando,
agora, para o período de Comunicações, que, a Requerimento do Ver. Darci
Campani, será destinado a homenagear os 67 anos da Usina do Gasômetro, depois
passaremos à Pauta e, posteriormente, à Ordem do Dia.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento
do Ver. João Motta (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO contra
os votos do Ver. João Dib e do Ver. Edi Morelli.
Passamos às
Convidamos, para compor a
Mesa, a Sra. Margarete Moraes, Secretária Municipal de Cultura; a Sra. Jussara
Bordin, Coordenadora da Usina do Gasômetro, e o Sr. Giba Assis Brasil,
representante da Associação dos Técnicos de Cinema. Com a palavra o Ver. João
Motta.
O SR. JOÃO
MOTTA: (Saúda
os componentes da Mesa.) Prezados Vereadores e Vereadoras, demais companheiros
e companheiras que compõem a equipe da Usina do Gasômetro, apenas para
rememorizar um pouco e alimentar a nossa memória, nós que estamos acostumados a
freqüentar a Usina do Gasômetro a partir de vários eventos e uma intensa
programação completamente diversificada. Muitas vezes não nos damos conta de
que aquele verdadeiro monumento foi construído há 67 anos, teve a sua
inauguração no dia 11 de novembro de 1928 e que a sua desativação enquanto
usina foi exatamente no ano de 1974. Também compõem um pouco da história da
Usina, na sua fase mais recente, os anos de 1982 e 1983 na medida que foram
nesses anos que, respectivamente, o Município e o Estado fizeram o tombamento
daquele espaço e que a sua abertura ao público ocorreu em 1991.
Ainda há projetos para serem
implementados e concluídos da Usina do Gasômetro, apenas para ressaltar alguns,
nós temos o conhecido, na medida que um debate que passou com grande medida
pela Câmara, o Teatro Elis Regina, uma sala de cinema, o restaurante panorâmico
e também um Centro de Integração da cidade. Nós temos também, como exemplo,
obras de espaço já concluídos que hoje são visitados por todos nós e milhares
de pessoas que compõem a população de Porto Alegre; um auditório de 350 lugares
e a Galeria Iberê Camargo, assim como também, temos uma intensa programação
como feiras, seminários, exposições, "shows" e apresentações cênicas.
Seria importante que, nesse
momento em que se fez tanto em termos de Usina do Gasômetro, se abrisse um
tempo para refletir sobre todo o cenário e toda a perspectiva que continua a
partir desses 67 anos, razão pela qual nós, quando tomamos a iniciativa de
procurar o Ver. Darci Campani, para que, através dele, fosse encaminhado o Requerimento,
e nós abríssemos esse espaço, o fizemos pela convicção de que esta Cidade, que
possui dentro de si várias singularidades, deve enaltecer e reconhecer na Usina
do Gasômetro como um espaço democrático, onde a cultura perpassa e é
perpassada, ao mesmo tempo, por várias outras reflexões através de seminários e
debates como tivemos, neste fim de semana, mais um congresso na Cidade.
Não poderíamos deixar de
chamar atenção da Câmara de Vereadores para essa construção que se vem fazendo,
ao longo desses anos, na Usina do Gasômetro, e que, pelo espaço que ocupa hoje
na Cidade, em todos os setores, pela repercussão da sua programação e pela
importância desse espaço para a população de Porto Alegre que já vê na Usina do
Gasômetro uma referência em termos de espaço e de programação cultural, que
continuemos a refletir sobre a necessidade de que cada vez mais sejam ampliadas
as atividades e programações desse espaço e, para isso, aproveitando a presença
da Secretária Margarete Moraes, bem como da Coordenadora da Usina do Gasômetro,
quero expressar a minha solidariedade a todo o tipo de demanda e reivindicação
que signifique ampliar as possibilidades de verbas e de equipe para que essa
referência cultural e social na nossa Cidade seja cada vez mais consolidada em
nosso Município.
Acho importante que esse
momento também sirva, não só para homenagem aos 67 anos da Usina, mas para que
nós, individualmente, enquanto singularidade desse todo que é a Câmara
Municipal de Porto Alegre, assumamos esse tipo de compromisso e disposição.
Para sermos radicalmente comprometidos com essa idéia da cultura da Cidade,
temos que assumir o compromisso de que é necessário investir mais na Usina do
Gasômetro, não só em termos de recursos, bem como em termos de construção de
equipes. Registro, brevemente, esse nosso pequeno mas sincero pronunciamento,
para que os 67 anos, fruto de uma intensa programação, fique registrado na
memória da Câmara Municipal de Vereadores. Para mim, expresso através dessas
duas inquietações, é necessário legitimarmos ainda mais a Usina do Gasômetro
como espaço cultural e, para isso, cada um de nós, Vereadores, está sendo
chamado neste momento para ser solidário como toda a busca de ampliação e de
consolidação desse espaço, não só em termos de recursos financeiros como também
em termos de recursos humanos.
Parabéns à Secretária,
parabéns à Jussara, Coordenadora da Usina, bem como às demais representantes da
comunidade cultural aqui presente e também aos demais membros da equipe que
hoje conduz essa programação da Usina do Gasômetro. Na verdade, quem ganha com
isso e que está de parabéns, é a Cidade de Porto Alegre que tem esse rico e
plural espaço para a manifestação das diversas autorias na nossa Cidade. Muito
obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra.
O SR. ANTONIO
HOHLFELDT:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, especialmente a Secretária Municipal de
Cultura, Profª Margarete Moraes, Jussara Bordin, como atual Coordenadora da
Usina do Gasômetro, meus prezados companheiros que atuam na nossa Usina,
especialmente, aqueles que respondem por setores, por tarefas específicas na
Usina do Gasômetro, eu quero falar não só como Vereador mas também enquanto
sócio da Usina do Gasômetro e como um ex-presidente dessa Associação, com muita
honra.
Em primeiro lugar queria
lembrar que é significativo que a Usina do Gasômetro esteja comemorando, neste
momento, 67 anos de existência, porque nenhum de nós tem dúvida quanto ao
significado visual do espaço ocupado pela Usina como marca da Cidade de Porto
Alegre; quando chegamos de avião, de longe, o primeiro monumento urbano que
vemos é exatamente a chaminé da Usina, quando eventualmente subimos ou descemos
de barco, a primeira coisa que se vislumbra de longe é a chaminé da Usina e
quando entidades variadas querem trazer uma imagem da Cidade na programação de
uma iniciativa, qualquer que seja, se valem quase sempre de visuais que, a
partir das ilhas, a partir do Rio acabam pegando a chaminé da Usina do
Gasômetro.
Essa Usina, que tem uma
significação histórica para a Cidade de Porto Alegre, porque aqui ela gerou
força e luz, continua, hoje, gerando outra coisa que também é força e luz, só
que na área cultural.
Ainda há pouco, o Ver.
Clovis Ilgenfritz lembrava-me de que foi nos anos 70 que se deu a luta pela
manutenção da Usina, uma época em que se derrubavam um monte de coisas nesta
Cidade - acabaram com o bonde, com o antigo presídio, enfim. Não digo que
má-fé, mas por ignorância, por desvalorização do que significam os velhos
prédios de uma cidade com a sua história, eliminavam-se traços que se
consideravam ou negativos, ou desnecessários, inúteis. A Usina precisou de uma
luta imensa de toda a comunidade da Cidade de Porto Alegre para que não fosse
também eliminada fisicamente.
Como jornalista das páginas
do "Correio do Povo" tive a honra, desde o primeiro momento, de
participar dessa luta, abrindo espaço, o que gerou até um lucro maior do que
apenas a Usina; acabamos ficando com aqueles galpões localizados na ponta da
Rua da Praia, que, hoje também são utilizados como espaços culturais e que
fazem parte do romance Os Ratos de Dionélio Machado, já que o personagem
daquele romance pertenceria ao antigo DAER - Departamento Aeroviário do Estado
do Rio Grande do Sul.
Então, a Usina não é apenas
sede de alguma coisa contemporânea; ela traz uma marca da história da nossa
Cidade.
Por isso, neste momento, e
sobretudo porque contamos com a presença da Secretária Municipal, quero
expressar minha preocupação com o imenso atraso que as obras da Usina vêm
sofrendo. Construção de teatro, espaços internos, coisas que estavam
programadas para acontecer neste ano, estão fora de cogitação, mas estão
previstas para o ano que vem. No entanto, a dotação orçamentária é extremamente
pequena e a não ser que sofra suplementações posteriores essas obras não
poderão ser concretizadas.
Ao mesmo tempo, a Usina tem
um significado tão grande, que seu antigo coordenador, companheiro Fernando
Schiller, não por acaso, foi convidado a ocupar um cargo junto ao Ministério da
Cultura deste País.
A Usina é de fato a vitrine
desta Cidade, a vitrine de todas as coisas que se realizam aqui. Dizia o Ver.
João Motta que a Usina é um espaço procurado pelo cidadão de paletó e gravata e
pelo cidadão de bermudas e chinelos-de-dedo, sem sentir-se colocado à margem,
diminuído ou contestado. Esse é um espaço que, por sua multiplicidade e por sua
diversidade de oportunidades, permite que nos sintamos muito bem.
Eu queria lembrar o Ver.
Clovis que naquela luta que se fez nos anos 70 para salvar a Usina, um dos
segmentos sociais que teve maior participação foi o segmento sindical; que no
primeiro momento da administração, com a companheira Dorsila Ritter, teve,
ainda, um espaço significativo dentro da Usina. Hoje, parcialmente afastada. O
que me preocupa, porque penso que os companheiros das centrais sindicais - não
apenas de uma ou duas, mas de todas as que existem, sem nenhum preconceito -
devem ter, também, os seus espaços, como todos os movimentos sociais,
democráticos, culturais desta Cidade. E a Usina, sem dúvida nenhuma, é esse
espaço ideal. Mas, da Usina não temos só isso! Eu queria lembrar o Ver. Jocelin
Azambuja, que é sócio da Associação, a Ver.ª Maria do Rosário, os companheiros
do PT sabem, que temos um outro espaço que é significativo na história, na
cultura e, eu diria, na indústria do Rio Grande do Sul, literalmente falando,
que é o espaço da vinicultura. Com todo aquele espaço criado a partir dos
produtores de uva e de vinho do Estado do Rio Grande do Sul, que é um dos
segmentos econômicos mais importantes, não só pelo aporte econômico-financeiro,
mas pelo que significa de história, de ocupação do território do Rio Grande do
Sul, e pelo que traduziu, depois, culturalmente, através da cultura italiana
presente entre nós.
A Usina tem essa grande
vantagem, ela traz desde os espetáculos mais refinados, e ali tivemos
conferências, dentre outros, de Edgard Moreaut e outros grandes nomes
internacionais da filosofia, da política, da sociologia que trouxeram milhares
de espectadores, de ouvintes àquele espaço; tivemos neste ano, no II Porto
Alegre Em Cena, a presença de um espetáculo vindo de São Paulo, mas inspirado
num espetáculo francês. E, temos, às vezes, aquela manifestação mais simples,
ingênua, objetiva de um segmento popular, de uma vila, de um bairro de Porto
Alegre, mas que se sente tranqüilo, para não falarmos dos espaços que acolhem
debates, encaminhamentos de reivindicações que depois vão se corporificar em
movimentos sociais, ou até mesmo em alguma manifestação apresentada aqui nesta
Casa. A mim, pessoalmente, agrada muito um dos projetos, que tentei colaborar
através de uma Emenda no Orçamento, que os companheiros Vereadores aprovaram na
semana passada, que é o Projeto "Histórias do Trabalhador". A
possibilidade de que os trabalhadores desta Cidade possam ter a sua palavra, o
seu espaço, a oportunidade de contar sobre si próprios, de refletir sobre si
mesmo, e isso, depois, transformado em letra de forma, o Ver. Dilamar Machado
sabe o quanto é importante, para nós todos, ter o seu livro, nem que seja um
livro não individual, como já tivemos, mas um livro em que a gente
coletivamente participe, mas ver lá assinado o nosso nome, a nossa identidade,
e, sobretudo, o nosso texto. Esse Projeto me agrada muito, pessoalmente, por
causa disso.
Às vezes um trabalhador tem
até dificuldade de pegar uma caneta, um lápis na mão, o que dirá uma máquina de
escrever, não vamos falar no computador, de repente ter num livro o seu conto,
o seu poema, é extremamente importante. Esse é um universo imenso, o da Usina
do Gasômetro. A Usina de idéias, falava o Fernando Schiller, espero que
continue sendo a Usina do espaço cultural na Cidade de Porto Alegre.
Desejamos que os 67 anos
sejam não uma etapa apenas, mas o início de uma nova etapa, em que conclusões
de obras internas são fundamentais para um salto de qualidade da Usina, que nos
permitam dar o máximo de utilização possível desse equipamento, que, embora
muito ocupado, ainda apresenta ociosidade, que, evidentemente, tem que ser
superada, porque, afinal, é um patrimônio público, que se deve à Cidade como um
todo. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra, em tempo cedido pelo Ver. Artur Zanella.
O SR. ISAAC
AINHORN:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Para nós do PDT, para nós, trabalhistas, é uma honra muito grande
participar desta bela iniciativa do Ver. Darci Campani, de relembrar o 67º
aniversário da Usina do Gasômetro.
Ela é um retrato da nossa
Cidade, é o espelho de uma determinada época, do desenvolvimento econômico e
social da Cidade. Foi um dos patrimônios desativados; transformaram aquela
usina de trabalho em usina de elaboração cultural e igualmente de trabalho, por
que não? É muito importante esse registro do Vereador petista Darci Campani,
porque, quando entrei aqui nesta Casa, nos idos de 1986, este era um assunto
que estava em grande efervescência e participei, como Vereador, de grandes
discussões aqui nesta Casa, no sentido de retomada da Usina do Gasômetro como
um espaço dos cidadãos e da Cidade de Porto Alegre.
Recordo-me que naquela
época, em nome do Legislativo Municipal, participei de uma Comissão destinada a
reerguer a Usina do Gasômetro como espaço cultural. E recordo-me ainda antes,
de um compromisso político que o então candidato a Prefeito de Porto Alegre,
Alceu Collares, assumiu, por ocasião da visita - apesar dos risos - um
compromisso, quando compareceu aos galpões do Museu do Trabalho e depois se
dirigiu à Usina do Gasômetro, dizendo que lá seria a sede definitiva do Museu
do Trabalho, que revelava a história do Trabalho em nosso Estado. E esta é uma
bandeira de todos os trabalhadores; esta é uma bandeira de todas as correntes
que acreditam no trabalho e no trabalhador. Não é uma prerrogativa nem
monopólio do PDT como não é de nenhuma outra organização partidária. É uma luta
mais abrangente, é uma luta da Cidade.
Eleito Prefeito de Porto
Alegre, Alceu Collares e a então Secretária de Educação e Cultura, Neuza
Canabarro, concretizaram a criação de uma ampla Comissão constituída por
membros do Executivo Municipal, do Legislativo Municipal, dos setores ligados
aos sindicatos da Cidade de Porto Alegre e representações das centrais
sindicais da época, tanto da CUT como da CGT, de segmentos ligados ao turismo e
às áreas empresariais da cidade, no sentido de transformar aquela usina, que
outrora foi uma expressão do estágio de desenvolvimento do trabalho na Cidade
de Porto Alegre, numa expressão cultural da Cidade. E efetivamente se tornou
uma realidade, que é inquestionável. Temos que reconhecer que retomada na
administração Alceu Collares teve continuidade na administração do então
Prefeito Olívio Dutra. A única coisa que em relação à Usina nós temos a
lamentar é que ali também estava prevista como ação cultural e educacional,
através de um Decreto, que ali seria constituída uma Escola Técnica de 1º grau,
justamente para dar aquele espaço também àqueles meninos que trabalham no
Centro da Cidade como engraxates, como vendedores ambulantes e outras
atividades de menores. Ali seria também uma Escola Técnica de 1º grau.
Infelizmente uma outra visão e uma outra ótica em relação àquele espaço deu uma
natureza eminentemente cultural e que, inegavelmente, tem que ser reconhecida
como um espaço cultural inquestionável da nossa Cidade.
Portanto, esses são alguns
registros que gostaríamos de fazer e que já pertence à própria história dessa
Usina. É um espaço da Cidade de Porto Alegre, é um reconhecimento que devemos
fazer até como bem acentuou o Ver. Antonio Hohlfeldt: nos idos de 70 pensava-se
até em desmanchar a Usina do Gasômetro e implodi-la. Felizmente tal não
aconteceu. E, hoje, a esse espaço, a Câmara Municipal presta a homenagem pelo
seu 67º aniversário. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. Jocelin Azambuja está com a palavra.
O SR. JOCELIN
AZAMBUJA:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nesse momento homenageamos o aniversário da
nossa Usina do Gasômetro; Sra. Margarete Moraes, Secretária Municipal de
Cultura; Sra. Jussara Bordin, Coordenadora da Usina do Gasômetro, é uma honra
para nós podermos vir a esta tribuna em nome do Ver. Paulo Brum e em meu nome.
Ver. Paulo Brum, que é Líder da minha Bancada, que cedeu-me esse tempo para que
pudéssemos prestar esta homenagem à Usina do Gasômetro.
Colegas Vereadores, demais
pessoas aqui presentes, representantes do Movimento Cultural de Porto Alegre.
Acho que sempre que se presta este tipo de homenagem, e muito bem o requereu o
Ver. Darci Campani, estamos realmente fazendo uma reflexão sobre um espaço
fundamental, importante que representa a Usina na vida de Porto Alegre. Eu me
criei vendo aquele prédio abandonado, e morei, alguns anos, no início da Rua
dos Andradas. Estava recém-casado - isso em 1973 -, e meu passeio com minha
esposa era pela beira do rio. Pensava, sempre, no que iriam fazer com aquele
prédio. Temia que pudessem destruir aquele prédio tão importante para a memória
e história de Porto Alegre. Por sorte, ainda na administração do Governo
Collares, a questão avançou e o prédio foi preservado. Nas administrações dos
Prefeitos que se seguiram - Olívio Dutra e Tarso Genro - o trabalho foi
implementado, e esta Casa teve muito a ver com todo o processo.
A Câmara Municipal de Porto
Alegre tem mantido aportes financeiros para a manutenção da Usina do Gasômetro
e dos projetos culturais promovidos pela Secretaria de Cultura do Município.
Sem o trabalho da Câmara de Vereadores, sem a aprovação dos Vereadores não se
teria o que representa, hoje, a Usina. O mesmo se pode dizer da Associação dos
Amigos da Usina. O Ver. Antonio Hohlfeldt, que a presidiu, nos convidou e nós a
apoiamos. A Usina é, hoje, um marco importante da Cidade porque possibilita ao
povo o contato com acontecimentos culturais. Lá realizamos o III Encontro
Internacional de Educação no MERCOSUL. O Encontro de Assunção foi fruto desse
encontro na Usina. Vemos, assim, como esses espaços culturais são importantes.
Temos, agora, outra
caminhada que é o Cinema Capitólio. Temos que preservá-lo. Que o Cine Capitólio
seja destinado à música e dança em Porto Alegre, que até hoje não teve o espaço
reservado para as suas atividades. E vejam que nós somos um centro de pólo
cultural importante, não temos oficialmente um corpo de balé e dança, ao
contrário de Curitiba, São Paulo, Rio, de Salvador, de Belo Horizonte e tantas
outras capitais brasileiras que têm o seu corpo de dança. E nós, que somos uma
Capital do MERCOSUL, não temos ainda esse espaço importante, temos deixado que
o balé e a dança fiquem em segundo plano. Não podemos. Até porque na própria
Usina do Gasômetro permanentemente são feitos espetáculos, mas precisamos de um
local permanente.
Estamos propondo à
Prefeitura que esse local seja o Cinema Capitólio, e neste sábado com as
entidades que promovem o balé e dança em Porto Alegre, as academias que
promovem o balé, conversávamos no sentido de realizar um debate para que
tenhamos uma mobilização de sensibilidade do Governo Municipal, da Secretaria
da Cultura e, oportunamente, vamos poder debater com a Sra. Secretária esse
momento importante de se fazer um avanço mais forte na área do balé e da dança.
Isso serve como uma homenagem à Usina do Gasômetro, porque essa conquista que a
cidade fez desse espaço cultural é aquela conquista permanente que a sociedade
tem que fazer de preservação dos seus espaços culturais. Se não houver
mobilização da sociedade, os governos passam, os governos são, como todo
processo democrático, passageiros, nós nos alteramos no poder, o que é muito
bom para a democracia, mas preservação das culturas dos povos, a preservação
dos espaços culturais são fundamentais.
Por isso, receba Usina do
Gasômetro, recebam os seus dirigentes, os seus funcionários, a Secretaria de
Cultura do Município e a todos aqueles que amam, como nós, a Usina do
Gasômetro, o reconhecimento e o carinho da Câmara de Vereadores, da Bancada do
Partido Trabalhista, que aqui neste momento estamos representando. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Lauro
Hagemann, em tempo de Liderança.
O SR. LAURO
HAGEMANN:
Prezado Presidente em exercício, Ver. Clovis Ilgenfritz; prezada Secretária
Margarete Moraes; Prezada Coordenadora da Usina Jussara Bordin; Companheiros
que atuam na Usina do Gasômetro e no ambiente artístico de Porto Alegre; Srs.
Vereadores.
Permitam-me dividir o meu
exíguo espaço de Liderança para rememorar, inicialmente, a presença do Jair
Krischke entre nós, para dizer que o Movimento de Justiça e Direitos Humanos merece
a nossa melhor consideração.
Desde tempos imemoriais o
homem procurou se guiar por códigos, os mais variados, mas principalmente
aqueles que indicassem o caminho da ética de convivência, da fraternidade. E,
ao longo do tempo, esses objetivos raramente foram alcançados. A Carta dos
Direitos Humanos é mais um desses instrumentos. Mas, não reside apenas na letra
de forma, e expressa em códigos, como se deve pautar a existência humana. Temos
que ter a compreensão diária do nosso papel na sociedade.
E lembro que aqui, nesta
Casa, estamos procurando traduzir esses princípios em coisas concretas,
respeitando as criaturas humanas no que elas têm de mais essencial, a sua
cidadania, o seu direito à vida. Tudo isso são direitos humanos. E nós também
somos arautos desse processo, e seguidores dele.
Referiu-se o Jair a uma
expressão que foi cunhada pelo meu velho partidão, a radicalidade democrática.
Só através dela é que o homem daqui para a frente vai adquirir um estágio mais
decente de comportamento. Porque de nada adiantarão os progressos no campo
econômico, no campo científico, no campo técnico, se não houver dentro de cada
um de nós esta compreensão de que só o processo democrático é que nos vai
permitir garantir essas conquistas, aprofundá-las, alargá-las.
Quero me referir agora aos
67 anos da Usina do Gasômetro. Pertenço a uma geração que conheceu a Usina no
seu período áureo, de produtora de energia para esta Cidade, e que tem uma
vinculação muito estreita com a região carbonífera. É um estágio industrial de
desenvolvimento que merece a nossa reflexão, e por isso a Usina do Gasômetro é
uma continuidade daquilo que ela foi e que precisa ser muito bem cuidada. A
Usina do Gasômetro foi a forja de um capítulo importante da vida sindical desta
Cidade. Ali na Usina do Gasômetro estava a chave da luz da Cidade, que garantiu
muitas greves deste Município e bastava desligar a chave geral, que parava
tudo. Muitos companheiros nossos tiveram essa chave na mão, e muitos deles
exerceram esse privilégio de desligar essa chave. Claro que em situações
diferentes. Essa Usina, com o tempo, foi sendo abandonada porque o progresso
sobreveio. Felizmente, em boa hora, alguém lembrou de transformar esse
monumento da Cidade numa coisa útil para o futuro e se instala ali um centro cultural,
que não é apenas um centro de cultura, é um centro histórico, um centro da
vida, porque o que é a cultura, o lazer? É a vida do cidadão. E esse respeito à
vida acho que deve procurar ser mantido em homenagem à origem da Usina do
Gasômetro.
Acredito que estamos num bom
caminho. Ainda nesse fim de semana, passamos quase todo ele na Usina do
Gasômetro, debatendo um assunto do mais profundo interesse da Cidade: revisão
do Plano Diretor de Porto Alegre. Um acontecimento ímpar nos últimos 30 anos de
Porto Alegre e que, infelizmente, não teve a amplitude da atenção que
mereceria.
Mas a Usina do Gasômetro é
para nós tudo isso, e esperamos que todos aqueles que hoje se beneficiam tenham
essa concepção de que aquilo é um monumento da Cidade e que já está ultrapassando
os limites do Município. A Usina do Gasômetro, hoje, em termos culturais de
Porto Alegre já é uma referência para muitos pontos deste Brasil. Por isso
felicito a Secretaria de Cultura, a Coordenação, os companheiros que atuam na
Usina e os que vierem a ser responsabilizados pela amplificação dos espaços
culturais que ali se abrem. Um abraço e muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. Darci Campani está com a palavra.
O SR. DARCI
CAMPANI:
Sr. Presidente; Srs. Vereadores, Sra. Secretária; Sra. Coordenadora da Usina e
demais militantes da área cultural da Cidade de Porto Alegre. O próprio Ver.
João Motta colocou, a autoria da proposição é minha por um acaso, a idéia em si
é do Ver. João Motta, e ele solicitou que eu usasse esse espaço que ainda me
era possível para prestar essa homenagem. Eu tive sorte de o Ver. João Motta
ter se lembrado desta homenagem e que eu tinha esse espaço ainda livre dentro
das possibilidades que, eu acho, realmente, não poderia passar este ano sem a
devida homenagem a nossa Usina.
Lembro no início do Governo
Olívio Dutra, quando a Administração tomava pé ainda dos assuntos da esfera
público-administrativa, quando fomos fazer uma visita à Usina do Gasômetro e
vermos as possibilidades de implantarmos aquele projeto que já era discutido na
Administração Collares, e que a Cidade clamava, realmente, pela recuperação da
Usina do Gasômetro como um dos símbolos da Cidade de Porto Alegre.
Nessa primeira visita não
tinha estado, ainda, dentro da usina, não participava, não era adulto, não
tinha memória viva da Usina, enquanto Usina Termelétrica de Porto Alegre, creio
que sua atividade administrativa foi até 1974, creio que a sua atividade
produtiva tenha sido encerrada bem antes, quando eu ainda era criança. No meu
gabinete tem uma fotografia da década de 60 onde está a fumacinha demonstrando
a sua atividade.
Então em 1989, visitando
pela primeira vez a Usina, na Administração do Olívio, nos apaixonamos pelas
instalações, pelo que ela representava em termos de visão de Porto Alegre, uma
visão diferente conseguia-se ter da proximidade com a água, da proximidade com
aquilo que mais embeleza a Cidade de Porto Alegre, que é o Rio Guaíba, e que
tínhamos ali um espaço de perfeita harmonia entre uma construção feita pelo
homem, entre a natureza, a água que banha a nossa Cidade e que, realmente, tem
que sentir uma grande energia de local a ser trabalhado culturalmente, local a
ser desenvolvido culturalmente. Felizmente, nesses 7 anos de Administração
Popular conseguimos transformar a Usina, com uma série de amigos que se
juntaram num Projeto de todas as cores partidárias. Confesso, Sra.
Coordenadora, não sou da Associação dos Amigos. Se tiver a proposta à mão,
assino logo.
Infelizmente, nesses 2
últimos anos, devido a um Projeto pessoal, que se encerrou neste fim de semana,
não pude me envolver muito nas atividades da Usina. A última de que participei
foi "O Dia Pan-Americano da Água", realizado naquele canto de Porto
Alegre, onde se consagra um grande local para tal comemoração. Naquele ponto se
encontram as águas de 47%, senão me engano, do Estado, concentrando a maior
carga de poluição do Estado do Rio Grande do Sul, em termos de água. Além disso
é um local de importância pelo contato da população com a água, para que ela
sinta necessidade de que programa como "Pró-Guaíba" e como
"Guaíba Vive" sejam implantados e que repercutam em mudanças na nossa
cultura. Temos que, culturalmente, trabalhar a questão do nosso dia a dia,
mudanças de hábito, mudanças na cultura impregnadas na nossa civilização: uma
cultura poluidora. Acho que uma das importâncias da Usina é estar naquele ponto
e ter desenvolvido o Projeto que foi desenvolvido até hoje.
Parabéns à Usina, parabéns à
Secretária, à Coordenadora, à militância da área cultural de Porto Alegre, e
vamos para mais um ano de vida desse Projeto. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
A Sra. Jussara Bordin falará em nome da Secretaria de Cultura e em nome da
Usina do Gasômetro.
A SRA. JUSSARA
BORDIN:
(Lê.)
"Sr. Presidente da
Câmara Municipal, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, Senhoras e Senhores:
Em nome da Usina do
Gasômetro, da Secretaria Municipal de Cultura e da Administração Popular de
Porto Alegre, nós gostaríamos de agradecer à Câmara de Vereadores esta
carinhosa homenagem e a lembrança dos 67 anos da Usina. Mais do que isso,
queremos expressar, publicamente, nosso reconhecimento ao Poder Legislativo
pela atenção, pelo interesse e pelo empenho de tantos dos seus integrantes que,
ao longo dos anos, tornaram-se, independentemente das cores partidárias,
parceiros do desafio de construir em nossa Cidade um Centro Cultural digno de
nossa história e de nosso futuro.
Em verdade, as
características da Usina a fazem um Centro Cultural único no País. A arquitetura
industrial, a proximidade com o Rio, a imensidão dos espaços internos, as
peculiaridades de sua história, a profunda identificação da Usina com a própria
imagem de Porto Alegre, são pressupostos que permitem o desenvolvimento de
projetos originais e que facilitam, enormemente, a transformação da Usina em um
espaço público voltado à afirmação da cidadania.
Acredito que temos
alcançado, na Usina do Gasômetro, um resultado cultural bastante significativo
para Porto Alegre e para o Rio Grande do Sul. Não estamos tratando de um centro
cultural compreendido como um simples espaço para a ocorrência de eventos que
reduzam as infinitas dimensões da cultura à fruição seletiva das belas artes.
Estamos, concretamente, dirigindo um equipamento para a produção interativa de
um novo conceito de produção cultural. Atravessa todo o trabalho da Usina, um
profundo compromisso com nossa época e seus dilemas. A Usina é, efetivamente,
um lugar onde os cidadãos de Porto Alegre podem se reconhecer como iguais em
suas demandas pelo belo e pelo justo, em seu anseio pelo saber e pelo
conhecimento. Os seminários que temos realizado inserem a capital de todos os
gaúchos em um circuito muito especial das cidades que, em todo o mundo,
desenvolveram o gosto pelo questionamento e souberam reconhecer o que de mais
avançado e ousado se produz na filosofia, na política, nas artes, na educação,
e em tantas outras dimensões do infinito artifício criativo dos humanos.
Ao falar da Usina, estamos
nos referindo a uma das mais importantes conquistas de nossa terra. Um centro
cultural alicerçado na democracia, múltiplo e plural, alimentador de um
processo permanente de debates e polêmicas culturais, freqüentado não apenas
por nossa intelectualidade mais generosa, mas pelas crianças, pelos moradores
da periferia mais pobre, pelos sindicatos, pelas associações de moradores,
pelas mulheres e por tantos outros que, historicamente, foram sempre subjugados
e excluídos de qualquer processo de socialização.
O gasômetro nasceu no século
XIX produzindo gás para iluminar as ruas de Porto Alegre. A Usina surgiu no
século XX, transformando a energia do carvão em energia elétrica. O carvão
vinha pelo rio e sua energia derramava-se pela Cidade. Nos próximos anos, a
Usina receberá e transmitirá a energia do século XXI, o conhecimento, de e para
todas as partes do planeta.
Para isto, precisaremos de novos investimentos. Já é hora de
vários projetos saírem do papel e serem realidade. Assim esperamos que ocorra
com o Teatro Elis Regina, com o cinema, com o restaurante Panorâmico e com
todas as intenções de aparelhamento da Usina; com certeza, estaremos contando,
mais uma vez, com a sensibilidade e a dedicação de todos os integrantes deste
poder. Muito obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE:
Na condição de Presidente dos trabalhos, neste momento, me sinto sumamente
honrado de estar participando deste ato. Quero agradecer imensamente a presença
da Sissa, da Graça, da Sílvia, o Paulo Zílio, da Ana D'Ângelo, do Sérgio Metz,
do Nilo Fiorin, da Andréia Bonow, além do já citado, do Giba Assis Brasil que
representa a Associação dos Técnicos em Cinema.
Eu queria dizer que vivi,
intensamente, os momentos de defesa daquele patrimônio e tive um momento de
suma importância e inesquecível na minha vida, quando, junto com o Olívio
Dutra, que, à época, era sindicalista como eu, nos demos conta de que ele era o
Prefeito, e eu, Secretário do Planejamento, e nós estávamos inaugurando
melhorias na Usina que foi salva pelo Movimento Popular e Sindical.
Isso é importante para nós,
perdoem-me eu estar citando mas faz parte da história que prezamos muito.
Agradecemos, mais uma vez, à Coordenadora pelas suas palavras, e também pela
presença da Jussara Bordin, em especial à Secretária de Cultura Margarete
Moraes.
Os trabalhos estão
suspensos.
(Suspendem-se os trabalhos
às 15h47min.)
O SR.
PRESIDENTE (Mário Fraga - às 15h51min): Estão reabertos os trabalhos.
Passamos à
1ª SESSÃO
PROC. 2381/95 – PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 133/95, de autoria do Ver. Mário
fraga, que concede o título honorífico de Cidadã de Porto Alegre à Professora
Maria Luiza Lopes Alves.
2ª SESSÃO
PROC. 2390/95 – PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 135/95, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que declara de
utilidade pública a Associação de Estática, Cosmetologia e Maquilagem do Estado
do Rio Grande do Sul – ASSESCORS.
PROC. 2412/95 – PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 137/95, de autoria do Ver. João Dib, que declara de
utilidade pública o Centro Infanto Juvenil Monteiro Lobato.
PROC. 2413/95 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 138/95, de autoria do Ver. João
Dib, que declara de utilidade pública o Lar Maria Menina.
PROC. 2475/95 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 145/95, de autoria do Ver. Antonio
Hohlfeldt, que denomina Praça Província de São Pedro um logradouro público, localizado no Loteamento Residencial
Piratini.
PROC. 2415/95 – PROJETO DE
LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 29/95,
de
autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que regulamenta o § 1º do Artigo 76 da Lei
Orgânica do Município de Porto Alegre e dá outras providências. (Divulgação de
projetos de códigos).
PROC. 2478/95 – PROJETO DE
LEI DO EXECUTIVO Nº 71/95, que cria cargos na Administração Centralizada do Município e dá outras providências. (18 cargos de
Operador de Raio X).
PROC. 2479/95 – PROJETO DE
LEI DO EXECUTIVO Nº 72/95, que cria cargos na Administração Centralizada do Município e dá outras providências. (50 cargos de
Monitor e 170 cargos de Professor).
3ª SESSÃO
PROC. 1744/95 – SUBSTITUTIVO
Nº 01 ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 74/95, ambos
de autoria do Vereador Giovani Gregol, que dispõe sobre a condução de
indivíduos da espécie canina no Município de Porto /alegre e dá outras
providências.
PROC. 2121/95 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 25/95, de autoria do Ver. Giovani Gregol, que dispõe sobre a instituição, no
Município de Porto Alegre, de Reserva Municipal de Patrimônio Natural, por
destinação do proprietário.
PROC. 2296/95 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 118/95, de autoria do Ver. Paulo Brum, que torna
obrigatória a implantação de dispositivos sonoros nos semáforos de pedestres do
Município de Porto Alegre, e dá outras providências.
PROC. 2373/95 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 132/95, de autoria do Ver. Pedro Ruas, que denomina
Complexo Poliesportivo Raul Fernando Zeni o próprio municipal localizado no
Centro Social e Urbano 1º de Maio.
PROC. 2502/95 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 73/95, que autoriza o Executivo Municipal a abrir crédito especial no valor de R$ 4.000,00, e dá outras providências.
O SR.
PRESIDENTE:O
Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR.
GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, venho a tribuna para discutir o Proc.
nº 2390/95, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que declara de utilidade
pública a Associação de Estética, Cosmetologia e Maquilagem do Estado do Rio
Grande do Sul - ASSESCORS. Eu pensava que, depois de curtir a tristeza por ter
perdido o campeonato para o Clube Ajax, da Holanda, o Ver. Pujol estivesse na
Sessão de hoje, apenas para obter algumas informações dele, apesar de constar
na Exposição de Motivos, como considerar de utilidade pública a Associação
Estética, Cosmetologia e Maquilagem do Estado do Rio Grande do Sul. Eu acho
que, para que nós tenhamos instrumentos fortalecidos, não podemos distribuí-los
sem que haja uma avaliação criteriosa dessa distribuição. Uma entidade, ao
receber o Título de Utilidade Pública, recebe, alguns benefícios do Município,
do Estado e da Federação. No Município, eu conheço pelo menos um, na área na
qual trabalhei como Diretor-Geral: o DMAE. Há diminuição significativa na conta
de água da entidade de utilidade pública, não entra a avaliação do consumo
mensal dessas entidades na progressividade da conta da água. Talvez alguns
Vereadores não saibam, mas até 20m³, a conta é uma multiplicação simples entre
o valor do metro cúbico e o consumo realizado. De 20 a mil, nós já entramos
numa curva em que há um acréscimo significativo na conta, exatamente com o
objetivo com que as pessoas façam economia na utilização da água. Então, esse é
um benefício no Município. Mas, também, há outros no Estado, há outros na
Federação. Eu queria abrir um debate com o Ver. Reginaldo Pujol, que,
infelizmente, não se encontra, para que nós não banalizemos o instrumento, que
o façamos forte a partir de critérios.
O Sr. Artur
Zanella: V.
Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, eu creio que é uma
questão de parâmetros, saber o que é importante para uns e o que é importante para
outros. Mas, eu, pessoalmente, vou votar a favor, porque não há coisa que
melhore mais as pessoas, que eventualmente estejam de mal com a vida, que
melhorar a sua estética, a sua maquilagem. É uma coisa boa para as mulheres e é
uma coisa boa para os homens. O meu voto já está garantido e eu espero que V.
Exa. também vote a favor. Sobre o Ver. Pujol, que está no Japão, eu estou mais
curioso em saber quem mandou pintar com as cores do Grêmio, há três dias atrás,
no dia em que o Grêmio perdeu para o Ajax, os muros de contenção da Rua Lucas
de Oliveira. Ali não passava o Grêmio, não se estava comemorando nada, e a
Prefeitura, de novo, pintou os bens da Cidade com recursos públicos em
benefício de um clube só.
O SR.
GUILHERME BARBOSA: Quem sabe, Vereador, um Pedido de Informação possa esclarecer V. Exa.?
O Sr. Artur
Zanella: Já
mandei. Já mandei fotografar.
O SR.
GUILHERME BARBOSA: Muito bem. O Senhor, como sempre, muito atilado. Com relação ao voto
que V. Exa. dará ao Projeto do Ver. Pujol, acho que V. Exa. não precisaria
servir-se da Associação. Quem sabe, este Vereador, aqui? Mas, não devem ser
esses os critérios para que nós tenhamos o Título de Utilidade Pública.
O Sr. Artur
Zanella: V.
Exa. me permite um aparte? (Assentimento do orador.) Operação plástica também
melhora o astral das pessoas, e maquilagem bem feita sempre torna a mulher mais
bonita.
O SR.
GUILHERME BARBOSA: Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. João Dib está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO
DIB: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. Não sei por que toda a vez que ouço a palavra
"direito" eu penso em "dever". Por exemplo, é dever de todo
aquele indivíduo que usa a tribuna para falar da Usina do Gasômetro conhecer a
história da Usina. É dever do indivíduo saber que a Administração Vilela cuidou
para que ela fosse preservada, que mandou o seu Secretário de Governo João Dib
ao Ministério de Minas e Energia para que o prédio ficasse com a Prefeitura.
Mas, na realidade, o prédio ficou para o Governo do Estado, e ele hoje está
inteirinho.
O Sr. Artur
Zanella: A
chaminé não tem nada a ver com isso.
O SR. JOÃO
DIB: É
dever do Prefeito, e o atual é que não cumpre, cuidar de todos os servidores
municipais; fazer com que os que ganham menos, segundo foi dito, aqui, nos
Direitos Humanos, cumprindo o seu dever, o governo dê para os excluídos alguma
coisa, e não tire daqueles para quem foi dado, como ele fez, ele não cumpriu o
seu dever. Por isso, toda vez que falam em direito, eu me lembro de dever. Como
também é dever do Prefeito responder os Pedidos de Informação, e como também
seria dever de todos os Vereadores estarem, aqui, no Plenário, para depois não
dizerem que dificilmente se discute uma matéria em poucos minutos. Corre Pauta,
e os Vereadores não estão aqui.
Mas o Prefeito tem por dever
responder Pedidos de Informação. Tenho quatro aqui que ele está me devendo
desde 1º de novembro, no mínimo, alguns, até mais. Isso, depois de prorrogação,
sendo que um deles, eu quero saber quantos cargos existem na Prefeitura? E o
prefeito, que não cumpre o seu dever, encaminha à Casa para discussão dois
projetos criando cargos na Administração da Prefeitura. Primeiro, ele tem que
cumprir o dever. Segundo, ele tem que informar quantos cargos têm na
Prefeitura? O que ele está fazendo? Eu lembro que, um dia, como Prefeito, eu
fui cumprir o meu dever. Todo o servidor público que completava 10 anos, na
forma estatutária e era da CLT, passava para o quadro. Isso era feito
sistematicamente, só não se mandava para a Câmara que deveria referendar aquela
nomeação. Um dia olhei que tinha uma pilha tão grande de nomeações dentro do
Estatuto, mandei tudo para a Câmara. Vamos acertar, é o meu dever, cumpri o meu
dever. Até passei trabalho. Até hoje, tem gente que não entendeu o que
aconteceu. Mas o dever do Prefeito no caso, agora, esse homem que prestava as
suas atribuições privativas, com tanto cuidado que até se excede, até vai
naquelas que não são dele, ele tinha que mandar dizer porque está dentro das
competências dele, responder os Pedidos de Informações para a Câmara Municipal
no prazo de 30 dias e pode até pedir mais 15. Pediu mais 15 e não respondeu.
Preciso saber quantos em comissão existem na Prefeitura? Quantas
cartas-contrato têm na Prefeitura? Como é se o indivíduo não tem dinheiro para
pagar os servidores excluídos, ele vai fazer mais gastos, incluindo mais
servidores? Que safadeza é essa? Que falta de matemática é essa? Será que foi o
Dr. Fabreto que deu essa instrução para o Prefeito? Ou o Prefeito não sabe? Se
não tem dinheiro, não pode pagar. Ou então, ele mente para esta Casa, dizendo
que não tem dinheiro? Apesar que, nos balancetes, estão sobrando, em setembro,
50 milhões de reais, mas o homem diz que não tem dinheiro. Se não tem dinheiro,
ele tem o dever de enxugar a máquina, não expandir a máquina e, pelo menos,
responder para os Vereadores aquilo que foi solicitado, como também gostaria
que os Vereadores cumprissem com o seu dever e estivessem todos aqui
acompanhando uma matéria tão importante que é a Pauta, tão importante para o
SINDICÂMARA como para o SIMPA, mas parece que só vamos dar importância ao
SINDICÂMARA e ao SIMPA quando estiverem sentados ali.
O Sr. Dilamar
Machado: V.
Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) O Dr. Favreto não é servidor
de carreira do Município. Ele é Cargo em Comissão.
O SR. JOÃO
DIB: Ele é
concursado, mas não sei como passou no concurso porque não sabe ler a Lei
Orgânica, logo não poderia ter passado. Posso assegurar que é analfabeto. Eu
gostaria de dizer que o Reginaldo Pujol não está aqui, mas as associações têm
importância já que falavam aqui em direitos humanos e, por acaso, esqueceram
dos deveres humanos? As associações têm importância na medida em que elas
promovem o bem de alguma forma e a própria Exposição de Motivos declara:
"Mais do que participar efetivamente na defesa do interesse dos seus
associados a ASSESCORS tem procurado difundir a promoção e o patrocínio dos
eventos que visam além da elevação no nível profissional, o apoio ao
desenvolvimento e às pesquisas científicas." A Sociedade de Engenharia faz
isso, o Sindicato dos Advogados faz isso, o Sindicato dos Engenheiros faz isso,
então, não tem diferença. Não se discrimine quando vem aqui falar que
discriminação não deve ser feita. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. Artur Zanella está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. ARTUR
ZANELLA:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, recebi muitos apoios para melhorar o astral.
Hoje, em terceira Sessão o Projeto de Lei do Executivo que autoriza o Executivo
Municipal a abrir crédito especial no valor de quatro mil reais e dá outras
providências. Esses dias falei sobre o assunto e depois o Ver. Clovis
Ilgenfritz da Silva abordou o mesmo e, pelo visto, não entendeu nada do que eu
disse aqui e por isso eu trago o assunto novamente. Eu sei que foi o Presidente
que pediu para que se abrisse esse crédito especial; sei que é normal que a
Câmara peça esse tipo de crédito. O que estou propondo é que não se faça mais
isso. É até um desrespeito um Projeto vir a esta Casa para dotar uma rubrica
interna de R$ 4.000,00; não vem verba de fora. Tira-se de obras, coloca-se em
eventos ou vice-versa. Temos que tratar desses assuntos e trazer para nós a
solução dos nossos problemas, em que se inclui novamente a questão dos
servidores desta Casa.
Vejo, nos cartazes fixados
nas paredes, uma realidade.
Hoje, Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, há mais dois Projetos de Lei do Executivo criando cargos: 50 cargos
de monitor, 170 cargos de professor e 18 de operador de Raio-X. Todos nós temos
consciência de que é necessária a existência de operadores de Raio-X, bem como
de 170 cargos de professor e 50 de monitor, ainda que duvide que alguém nesta
Casa - a não ser os líderes do PT - saibam para que servirão esses 50 monitores.
É mais gente que entra no
Município; é mais gente para diminuir os salários dos que já estão; são mais
funcionários que irão pressionar o orçamento da Prefeitura para o cumprimento
da Lei Rita Camata e mais funcionários nessa inchada ou não folha de pagamento
da Prefeitura Municipal de Porto Alegre.
Temos que entrar num acordo,
de uma vez por todas, sobre se queremos ou não diminuir o número de
funcionários. Cada vez mais, os Governos dizem que querem enxugar os
funcionários e cada vez mais colocam mais gente.
O Governo do Estado, por
exemplo, faz uma campanha para estimular as demissões voluntárias e abriu um
concurso público para funcionários. Enxuga por um lado, concurso por outro.
Então, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, temos que examinar claramente o que
está ocorrendo no Município, porque cada vez mais se preconiza a diminuição do
número de funcionários e cada vez mais aumenta este número; alguns por concurso
público, como denuncia o Ver. João Antônio Dib, a aprovação em concurso público
de pessoas, que no dizer do Ver. João Dib, não têm condições. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. Jocelin Azambuja está com a palavra, por 5 minutos.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Vamo-nos manifestar sobre o Processo nº 2479
do Governo Municipal que prevê a criação de 50 cargos de monitor e 170 cargos
de professor. Vamos estudar com bastante carinho esta matéria, até porque hoje
temos 30% dos professores do município fora da sala de aula; teremos que ver se
há necessidade real desses cargos. A questão dos monitores também, teremos que
ver qual a destinação. De antemão, então, alertamos aos colegas Vereadores que
vamos convocar a Sra. Secretária Municipal de Educação à Comissão de Educação
da Casa para prestar informações sobre a necessidade desses professores e
desses monitores nas escolas. Temos reivindicado que as escolas têm apresentado
deficiências nas áreas de monitoria, na área de portaria, não existe porteiro
nas escolas, para isso sim deveria já vir um projeto junto, acrescentando os
porteiros nas escolas. Então convocaremos a Secretária Municipal de Educação
para vir prestar informações sobre a criação de cargos para a área da
Secretaria Municipal de Educação de Porto Alegre. Neste momento só fazemos esta
comunicação aos Srs. Vereadores, para aprofundar a questão e saber qual a real
necessidade desses cargos. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. Dilamar Machado está com a palavra.
O SR. DILAMAR
MACHADO:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores. O Ver. João Dib levanta uma questão séria.
Como é o primeiro dia de Pauta, em que se começa a discutir Projeto do
Executivo criando novos cargos na administração, o alerta de V. Exa. é
importante na medida em que proporcionará à Bancada do Governo nesta Casa as
explicações necessárias para que se tome conhecimento. Ali trata de operador de
Raio-X, em tese devem ser pessoas para trabalhar no Hospital de Pronto Socorro,
pelo menos é o que se pensa. É necessário tempo para as explicações
necessárias, porque, em tese, a matéria é incongruente. Se há pouco recurso, se
a Prefeitura está em dificuldades, como todas as Prefeituras deste País, se o
Prefeito está se jactando de Porto Alegre ser uma das poucas capitais que vai
pagar o décimo terceiro salário, será que no ano que vem teremos essa
possibilidade? Já estamos em um país em que pagar o 13º salário é glória,
quando na realidade é um direito da classe trabalhadora. Todo o administrador
sabe, no primeiro dia de cada ano, que num determinado momento terá que pagar,
porque é integrante do salário de qualquer trabalhador. Venho à tribuna para
dizer ao Ver. João Dib que foi um alerta interessante à Casa, que estarei ao
lado de V. Exa. examinando com profundidade a matéria. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Encerrada a Pauta.
Havendo quórum, passamos à
ORDEM DO DIA
Estão suspensos os trabalhos
para realização de reunião conjunta das Comissões Permanentes.
(Suspendem-se os trabalhos
às 16h17min.)
O SR. PRESIDENTE
(Clovis Ilgenfritz - às l8h07min): Estão reabertos os trabalhos.
A Mesa tem a satisfação de
ler para o Plenário um convite da Federação Israelita do Rio Grande do Sul.
(Lê.)
"A Federação Israelita
do Rio Grande do Sul convida V. Sa. para a cerimônia religiosa de 30 dias pelo
falecimento do Primeiro-Ministro do Estado de Israel Yitzhak Rabin, que se
realizará às 19h30min do dia 5 de dezembro, na Sinagoga Maurício Cardoso, na
Rua João Telles, 329."
Será amanhã e todos estão
convidados para a cerimônia.
O SR. ANTONIO
HOHLFELDT (Questão de Ordem): Sr. Presidente, para ficar no mesmo tom,
infelizmente, eu queria transmitir à Casa a informação sobre o falecimento,
hoje pela manhã, do professor Celso Pedro Luft, cujo enterro será hoje, às
18h30min. Ele é uma pessoa extremamente conhecida de todos nós e foi ele,
inclusive, um dos professores que atuou aqui na Casa quando da revisão da
redação da Lei Orgânica Municipal. De certa maneira, a Língua Portuguesa perde
uma pessoa que conhecia extremamente essa área, como gramática, e que tinha uma
visão muito flexível, muito democrática em relação ao idioma brasileiro.
O SR.
PRESIDENTE:
A Mesa, em nome de todos os Vereadores, se associa a V. Exa. nesse pesar que
todos sentimos pelo falecimento do ilustre professor, escritor e amante da
Língua Portuguesa como ninguém. É uma perda muito grande para nós todos. Hoje,
quando eu ouvi na televisão a chamada de que iriam noticiar o falecimento de
uma personalidade ligada à Língua Portuguesa e que era muito importante, logo
fiquei preocupado e, em seguida, veio essa triste notícia.
O SR.
REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Sr. Presidente, com relação a primeira informação
de V. Exa. a respeito do convite da Federação Israelita, este convite é
endereçado ao Presidente da Casa? Ou transfere aos Vereadores também?
O SR.
PRESIDENTE:
O Presidente da Casa fez questão de tornar extensivo a todos os Srs.
Vereadores, porque recebeu esse convite por fax e foi solicitado a ele que
fizesse esse convite a todos os demais Vereadores da Casa, razão pela qual nós
lemos. Veio para o Presidente da Câmara de Vereadores e demais Vereadores.
O SR. GIOVANI
GREGOL (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu faria um requerimento verbal, como de praxe, para a
inversão da ordem de votação dos projetos que estão na Ordem do Dia.
O SR.
PRESIDENTE:
São dois Projetos: o Projeto de autoria do Ver. João Verle, que é o próximo,
está sendo, extra-oficialmente, adiado, e o outro é o de V. Exa., que necessita
vinte e dois votos. V. Exa. quer verificar?
O SR. GIOVANI
GREGOL (Questão de Ordem): Não, porque chegará a Mesa imediatamente o pedido de adiamento para a
próxima Sessão.
PROC. Nº 2105/95 – PROJETO
DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 107/95, de autoria do Ver. Giovani Gregol, que concede o
título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Sr. Odilon Silvio Machado
Ramos.
PARECERES:
-
da
CCJ. Relator Ver. Fernando Záchia:
pela aprovação do Projeto;
-
da
CECE. Relator Ver. Décio Schauren:
pela aprovação do Projeto.
Obs.:
-
para
aprovação, voto favorável de 2/3 dos membros da CMPA – Art. 82, § 2º, IV, da
LOM;
-
votação
nominal nos termos do Art. 174, II, do Regimento da CMPA;
-
adiada
a discussão por uma sessão
O SR.
PRESIDENTE:
Colocamos em votação o Requerimento de autoria do Ver. Giovani Gregol para que
seja adiada a discussão do PLL nº 107/95 por uma Sessão.
Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Vamos apregoar a Emenda nº
02 ao PR nº 010/94. Inclui alínea "e" no inciso II do art. 3º do Projeto
de Resolução 010/94, com a seguinte redação: - "Nomear, para cargos em
comissão, cônjuge, companheiro e parente consangüíneo, afins e por adoção, até
o segundo grau". É do Ver. João Verle com assinatura do Líder da Bancada
Henrique Fontana.
Emenda nº 03 - Altera a
redação da letra "c", do inciso V, do item 3º. do art. 5º,
substituindo a palavra "submeter" por "condicionar". Também
de autoria do Ver. João Verle, com assinatura do Líder do PTB, Ver. Paulo Brum.
O SR. ARTUR
ZANELLA (Questão de Ordem): Não ouvi bem a Emenda. Pergunto se ela permitiria ao Vereador nomear
um parente no Poder Executivo ou só aqui na Câmara?
O SR.
PRESIDENTE:
A Emenda diz: "Nomear, para cargo em comissão, cônjuge, companheiro e
parente consangüíneo, afins e por adoção, até o segundo grau". É completo.
O SR. PEDRO
RUAS (Questão de Ordem): Tento auxiliar o Ver. Artur Zanella, a Mesa e o Plenário com uma
observação - uma tentativa de auxílio: não poderia constar
"Executivo", salvo melhor juízo, porque fala em o Vereador nomear. Um
Vereador não pode, obviamente, nomear ninguém no Executivo. Poder-se-ia dizer
que não pode ser nomeado parente de Vereador em tal e tal grau. Aí a Emenda
teria sentido. O Vereador nomear alguém para o Executivo, não precisa ser dito.
O sentido que V. Exa. quer dar pode ocorrer em outra emenda, desde que seja
"nomeado". Obrigado.
O SR. DILAMAR
MACHADO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, com relação à Questão de Ordem
do Ver. Pedro Ruas, ela é extremamente correta no sentido de que, nesta Casa,
Vereador não nomeia ninguém. Essa Emenda teria validade exclusivamente para o
presidente da Câmara Municipal, porque a ele cabe a nomeação de qualquer pessoa
em Cargo em Comissão ou de Confiança nesta Casa. Entendida a intenção do Ver.
Verle, eu sugiro que ele retire a Emenda e a apresente nos termos em que deve
ser discutida e aprovada ou não. Assim como está, ela vai criar um sério
problema para o próximo presidente da Câmara Municipal.
O SR.
PRESIDENTE:
A Mesa gostaria de informar que, tendo em vista um pedido de adiamento, as
Emendas que forem apregoadas agora serão enviadas para a Comissão Especial em
função do tempo que ela terá para examinar as emendas.
O SR. NEREU
D'ÁVILA (Questão de Ordem): É inteiramente procedente a intervenção de V. Exa.
Esse modismo é oriundo do Poder Judiciário do Rio Grande, que sugeriu à
Assembléia a questão do nepotismo. A Assembléia está fazendo um Projeto de Lei
no sentido do coibir no âmbito da sua jurisdição, da sua competência para os
Poderes Legislativo, Judiciário e Executivo. É procedente quando o Ver. Zanella
indaga a respeito dessa proibição se ela é unilateral, porque se ela é para
valer, assim como no âmbito estadual é para todos no âmbito municipal tem que
ser para todos, senão a que se perguntar por que só uma parte.
O SR.
PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): A Mesa entende que essas indagações serão
pertinentes na hora da análise, porque não chega a ser Questão de Ordem e sim
encaminhamentos, que vão contribuir para a construção da Comissão.
O SR.
GUILHERME BARBOSA (Questão de Ordem): Sr. Presidente foram quatro intervenções
pretensamente de Questão de Ordem mas nenhuma delas foi Questão de Ordem. Eu
acho que não ajuda no trabalho, algumas entraram no mérito da questão.
O SR.
PRESIDENTE:
A Mesa entende que o assunto está sendo esclarecido. De fato não são Questões
de Ordens, mas encaminhamentos.
O SR. ARTUR
ZANELLA (Questão de Ordem): É um assunto em termos legislativos novos nesta Casa. Então, Sr.
Presidente, é importante que se defina a amplitude das coisas, porque se é um
Código de Ética, um Vereador não pode ter uma ética no Legislativo e nomear a
mulher lá, ou parente. Então alguns candidatos a Vereador já empregaram a
esposa, ou a irmã em direção de empresas, etc. Então se nós estamos discutindo
ética ela vale para o Legislativo e também para o Executivo.
O SR. JOÃO
VERLE (Questão de Ordem): Sr. Presidente, não sei se é Questão de Ordem ou não, mas eu penso que
é bom por ordem na questão, não estamos atropelando a discussão. A Assessoria
Legislativa nos informou agora que essas Emendas poderiam ter um pedido de
dispensa ou encaminhadas ao relator da Comissão Especial. Então, não vamos
pedir, como não pedimos, dispensa. Nós queremos fazer a discussão, e mais, só
para tranqüilizar o Ver. Zanella, hoje nós protocolamos um Projeto de Emenda à
Lei Orgânica que trata dessa questão do nepotismo e, como não poderia deixar de
ser, inclui os dois Poderes do Município.
O SR.
PRESIDENTE:
Srs. Vereadores, vamos continuar apregoando as Emendas e dar o encaminhamento
que foi colocado pela Mesa, pela assessoria da Mesa e, agora, pelo próprio
autor que acha importante.
(Apregoa Emendas de nºs 04,
05 e 06 ao PR nº 10/94.)
Em votação Requerimento de autoria do Ver. João Verle, solicitando seja adiada a discussão do PR nº 10/94 por uma Sessão.
A votação será nominal por
solicitação do Ver. Artur Zanella. (Após a chamada.) Computamos 15 votos SIM. Não há quórum. Declaramos nula a
presente votação.
(Encerra-se a Sessão às
18h29min.)
* * * * *